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08/10/2021 | Plusoft

Inteligência artificial: tecnologia e acessibilidade para a inclusão

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“O futuro está aqui”. Ainda que essa frase seja um clichê, temos que admitir que é difícil não sentir a chegada dos novos tempos quando somos confrontados com conceitos como carros inteligentes, apartamentos inteligentes e tantos outros sistemas operados por inteligência artificial (IA).

Como todo clichê, a frase acima já foi abordada em muitos contextos e, em 2001, ela foi parafraseada por William Gibson — autor referência na literatura de ficção científica — em uma fala ao jornal The Economist: “O futuro já está aqui — ele só está desigualmente distribuído”.

A frase de Gibson está contextualizada no primeiro ano do século XXI, no qual o tema da inclusão digital era abordado ainda por meio da demanda por Internet banda larga.

Quando se fala de tecnologia e acessibilidade para inclusão digital nos dias atuais, a frase se mantém crítica e pertinente, já que muitos cidadãos ainda permanecem excluídos desse tão falado futuro, pelas mais diversas razões.

O que é inclusão digital?

Chamamos inclusão digital o processo de democratização de tecnologias da informação. Essa definição pode parecer simples, mas para que tal democratização seja verdadeira, são necessários processos de enfrentamento complexos — que passam por barreiras de classe, de idade, de gênero, étnico-raciais, entre outras.

É importante destacar que, para que se concretize a inclusão, não basta que todos estejam “alfabetizados” em informática básica, é preciso que as tecnologias sejam igualmente acessíveis a todos em termos de dispositivos, conexão e proficiência.

Uma das frentes da inclusão digital mais faladas no Brasil é aquela que dá acesso ao mundo virtual a pessoas portadoras de deficiências e esse recorte tem tudo a ver com inteligência artificial.

Como a IA pode ajudar pessoas portadoras de deficiência?

Quando falamos do papel da inteligência artificial na inclusão digital, falamos principalmente das novas tecnologias de entendimento e geração de linguagem — por exemplo, de interação por voz ou libras — que permitem que pessoas com deficiência visual ou auditiva possam participar de forma igualitária no mundo virtual e também das tecnologias capazes de detectar padrões de navegação que indiquem possíveis dificuldade e oferecer ajuda e prover soluções.

Um exemplo de ferramenta que pode auxiliar na inclusão é o uso de chatbots, que softwares de IA que simulam humanos em conversas virtuais — feitas via texto ou voz — e podem ser muito úteis para que empresas façam contatos iniciais com potenciais consumidores.

Isso colabora para a redução de custos de relacionamento com cliente, bem como facilita a experiência de muitos usuários.

Para funcionarem, os chatbots usam a tecnologia NPL (Processamento de Linguagem Natural) que permite que o computador compreenda muitas perguntas diferentes e produza respostas por meio das chamadas “árvores de decisões”, que são pré-estruturadas de acordo com as necessidades dos usuários.

Como está o Brasil em termos de tecnologia e acessibilidade?

Apenas em nosso País, vivem 46 milhões de pessoas portadoras de necessidades especiais, de acordo com o IBGE. Entre essas pessoas, estão inclusas aquelas que declararam variados níveis de deficiência visual, auditiva, motora ou intelectual.

Esse número representa cerca de 24% da população brasileira, de forma que incluí-la no mundo digital não é somente um gesto de boa-fé civil e social, mas também uma estratégia de negócios essencial para empresas que desejam crescer.

Em 2015, por meio da Lei Federal 13.146, o Brasil passou a garantir o Estatuto da Pessoa com Deficiência e determinou que:

É obrigatória a acessibilidade nos sítios da Internet mantidos por empresas com sede ou representação comercial no país, ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiência, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, conforme as melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas internacionalmente.

Sendo assim, é fundamental que toda empresa que deseje atingir o mercado consumidor brasileiro, por meio da Internet, busque soluções que relacionem tecnologia e acessibilidade. No entanto, a realidade ainda está distante daquilo que está no papel.

Uma pesquisa feita, em 2020, — pelo Movimento Web para Todos em parceria com a BigData Corp —, promoveu um levantamento que abrangeu 14,65 milhões de endereços ativos da Internet brasileira (com domínio .br) e apenas 0,74% dos endereços passaram nos testes de acessibilidade.

Como posicionar sua empresa nesse contexto?

É urgente que os sites das empresas e instituições brasileiras, de fato, passem a apreciar a questão da acessibilidade como sendo parte fundamental da integração das pessoas com deficiência à sociedade e ao mercado consumidor.

Muitas empresas falham ao tornar a questão do acesso de pessoas com deficiência um projeto para implantação futura, em vez de uma necessidade integral e imediata de seu plano de ação.

Isso porque, além da inclusão desses grupos ser obrigatória, é importante lembrar de que é contra produtivo para as próprias empresas excluírem, por mera falta de suporte, quase um quarto dos potenciais consumidores do Brasil.

Nesse cenário, já existem muitas ferramentas de tecnologia e acessibilidade disponíveis no mercado e sua empresa precisa investir nessa frente. Os recursos de inteligência artificial conseguem oferecer autonomia aos clientes com deficiência, permitindo que eles compreendam o espaço virtual onde se encontram e possam interagir com todas as informações e recursos do site e, até mesmo, com outros usuários.

Na prática, trazer acessibilidade para sua empresa significa optar pelo uso de ferramentas que incluam recursos, como a vocalização de textos, a tradução em Libras com expressões faciais e os chatbots — que tem potencial para melhorar a comunicação com qualquer tipo de usuário.

Também, recursos visuais que permitam o acesso de pessoas daltônicas, como as opções de alto contraste, de cores invertidas, de negrito e de zoom.

Sendo assim, é possível concluir que a relação de tecnologia e acessibilidade é profunda e de extrema relevância para empresas que desejam ter uma posição estável e forte no mercado virtual brasileiro.

Se você deseja entender ainda mais sobre como as AIs podem impulsionar seu negócio e torná-lo mais acessível, não deixe de ler nosso artigo sobre tecnologia NPL e descubra as vantagens que ela pode oferecer ao seu negócio.