Dia 20 de novembro é celebrado o Dia Nacional da Consciência Negra, data que foi instituída mediante uma lei que foi aprovada em 2011, e escolhida por coincidir com a morte de Zumbi dos Palmares, um dos maiores líderes negros do Brasil, que lutou contra o sistema escravocrata e a favor da libertação do povo.
É um período para reconhecer os descentes africanos e como auxiliaram na construção da sociedade brasileira, já que possuem grande influência em nossa cultura, língua e costumes. São promovidos eventos, fóruns, debates e outras atividades que enaltecem a cultura africana e afro-brasileira.
A data também é dedicada à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira, trazendo à tona questões como racismo, discriminação, desigualdade social e falta de oportunidade no mercado de trabalho.
São muitos significados importantes, que não devem ser esquecidos, pois representam a luta, a resistência e a consciência desse povo que deseja ser valorizado e ganhar cada vez mais espaço e reconhecimento.
População negra e o mercado de trabalho
O racismo está presente no mercado de trabalho e esse é um fato que muitas empresas estão buscando iniciativas para reverter. A população negra possui urgência na inclusão no mercado de trabalho.
Segundo a pesquisa Trajetórias Ocupacionais, realizada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados, foi identificado um acentuamento de desigualdades estruturais com a chegada da pandemia, e a população negra foi a que mais sofreu com demissões, desemprego, média salarial abaixo do salário mínimo e trabalhos informais.
Essa é uma situação, que de acordo com o movimento negro, é resultado de um racismo estrutural e de um processo histórico que dura há muitos anos e que está difícil de chegar ao fim. Por isso, cada vez mais são exigidas iniciativas de diversidade nas companhias.
Em uma pesquisa divulgada pelo Google Brasil, a colocação profissional é prioridade na vida das pessoas para 46% dos entrevistados, e o aumento salarial também é uma pauta que gera bastante discussão, já que o salário dos trabalhadores negros é cerca de 45% menor do que dos trabalhadores brancos.
Por conta desses e outros dados alarmantes, as empresas estão aderindo a uma área totalmente dedicada a inclusão e diversidade, para abrigar as minorias e promover novas oportunidades para aqueles que desejam ingressar no mercado de trabalho.
Como é o caso da Plusoft, que criou o Comitê de Diversidade, Igualdade e Inclusão (DII), com a intenção de ter um quadro de funcionários cada vez mais diversos e acreditar que é por meio da representatividade que novas soluções inovadoras surgem.
Entenda o impacto do Comitê de Diversidade, Igualdade e Inclusão da Plusoft
O Comitê é liderado por Silvana Cruz, head de Cultura e Diversidade da Plusoft, que é engajada com as causas em questão e levou o tema para sua vida profissional e como propósito para mudar o mundo corporativo, tornando-o cada vez mais inclusivo, e construir uma cultura de respeito nas empresas.
“Respeito em primeiro lugar. Buscamos um caminho de fato antirracista e igualitário nas nossas ações do dia a dia, com programas que promovam reflexões sobre o papel dos nossos colaboradores na sociedade e fomentando um ambiente de respeito e tolerância para que tenhamos cidadãos que estimulem ações antirracistas dentro e fora da Plusoft”, enfatiza Silvana.
Ela é administradora de formação, apaixonada por pessoas, cultura organizacional e lideranças, e em sua jornada de quase 20 anos, teve a oportunidade de participar de projetos de transformação cultural com elaboração de ferramentas de diagnóstico e gestão como escalas de engajamento, satisfação, soft skills e hard skills e confiança do colaborador na empresa.
Antes de chegar na Plusoft para completar o time do Comitê, passou pela agência de marketing digital Nuova, onde focou entre outras frentes, no endomarketing. Atuou ainda no mercado eletrônico com a implementação de um processo de educação corporativa, na Quality, na Inovatech, onde criou o RH do zero e, mais recentemente, na Primepass, startup de entretenimento.
Com sua vasta experiência, Silvana dá o suporte necessário para que ações afirmativas como o Programa de Trainee e Estágio para negros, comunidade LGBTQIA+ e mulheres. Tamara Ferreira, que estava em busca de uma oportunidade em uma empresa que estivesse dentro dos seus princípios e que pensava na inclusão, conheceu o programa e se interessou pela oportunidade.
Tamara ingressou no curso de Ciências da Computação e foi então que percebeu a importância de debater questões voltadas para raça e gênero na área da tecnologia, pois viu que ali era minoria. “Minhas pesquisas sempre mostravam a realidade cruel quanto à porcentagem de mulheres que conseguia ingressar no mercado de trabalho na área da tecnologia”, conta.
Após procurar por estágio durante cerca de um ano e meio e não obter respostas, sentiu que o mercado de trabalho estava com as portas fechadas para ela. Foi então que as oportunidades voltadas para inclusão cresceram no último ano, e a Tamara viu que era o momento de arriscar.
“Participar deste programa demonstra a importância de se abrir uma porta para pessoas de grupos minoritários, pois o que nos falta não é capacidade, mas oportunidade”, finaliza.
A importância de manter uma cultura organizacional focada na diversidade
Mesmo com o avanço das iniciativas de diversidade e inclusão nas empresas, o mercado de trabalho ainda tem muito o que evoluir até conseguir acolher da maneira correta os grupos minoritários, proporcionando o desenvolvimento necessário para que essas pessoas cresçam profissionalmente.
Preparar os colaboradores e o ambiente para recebê-los é um grande passo para estabelecer um ambiente diverso e inclusivo, trazendo à tona a consciência que a raça e a cor não são distinções e não definem competências.
Na Plusoft, o Comitê de Diversidade, Igualdade e Inclusão participa ativamente de decisões e sugerem pautas e temas que devem ser discutidos para conscientizar cada vez mais os colaboradores. Eles apoiam palestras, talk shows, indicam livros e filmes, entre outros conteúdos que auxiliam na conscientização de diferentes causas.
Para Lucas Caldas, que faz parte do time da plusoft DTM há um ano e meio, é de extrema importância desenvolver talentos de classes não majoritárias, porque é por meio dessa prática que as pessoas passam a entender melhor o conceito e que a meritocracia é grande conto de fadas.
“Quando uma empresa fomenta a diversidade como um tema importante, além de colaborar para reparar algo que possui raízes estruturais na nossa sociedade, ela traz a experiência de igualdade, que normalmente só não é polida nos guetos, para o ambiente corporativo”, reforça ele.
Sobre a data que celebra a Consciência Negra, para Lucas é importante para dar visibilidade para o tema, mas é preciso incluir essa discussão ao longo dos outros dias do ano, devendo fazer parte da nossa rotina e chamar a atenção para o racismo institucional que mantém a população negra somando em torno de 70% dos desempregados do País, segundo pesquisa do IBGE divulgada no ano passado.
Já para Amanda Carvalho, gerente de projetos CRM da plusoft DTM, que é jornalista de formação e já trabalhou como repórter, fazendo cobertura de eventos do cinema e, hoje, está voltada para o mercado de experiência do cliente, é muito importante falar e celebrar o Dia da Consciência Negra.
Por ser uma mulher preta, ela retrata que por boa parte da sua vida não se reconhecia e negava sua identidade, e diz que hoje quer dar voz e “cara” para as mais diversas situações que acontecem com as pessoas negras e ninguém nem imagina que acontece.
“Falar sobre isso significa usar dos espaços que ocupo para ecoar sobre a existência de outras pessoas”, diz Amanda.
Para construir esse ambiente diverso, é necessário pavimentá-lo dia após dia, realizando ações que afirmem a importância e os benefícios para aqueles que fazem parte do ambiente corporativo mais saudável, que propõe a troca de experiências e se torna cada vez mais empático.